segunda-feira, 10 de junho de 2013

Luiz Henrique quer o Brasil na vanguarda da economia verde das terras raras

Preocupado com a velocidade da nova era industrial sustentável, o senador Luiz Henrique (PMDB-SC) quer despertar a consciência nacional para a urgente necessidade de o País mapear, conhecer a importância e dominar o estratégico mercado dos 17 elementos Terras Raras - base da moderna economia verde do futuro.

Ele é relator da Subcomissão que criará o Marco Regulatório das Terras Raras - essencial para desenvolver uma cadeia produtiva e agregar valor ao setor. Para embasar seu relatório - que pretende entregar no final de agosto, vem ouvindo especialistas na Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática do Senado.
Nessas reuniões foi informado da abundância dos 17 cristais de rocha na crosta terrestre de norte a sul do País, suficiente para suprir o mundo. E sabe que, por falta de prioridade política, o Brasil não domina cientificamente o sofisticado e complexo processo para extrair e industrializar os elementos químicos, que continuam importados da China a preços exorbitantes.

O termo Terras Raras ou cristais de rocha define os elementos químicos (monazita, bastnasita, xenó, lantânio, cério, praseodímio, neodímio, promécio, samário, európio, gadolínio, térbio, disprósio, hólmio, érbio, túlio e lutécio) encontrados em rochas alcalinas, de difícil captação. Em geral radioativos e em concentração pouco adequada à exploração, além de exigir cuidados especiais no Brasil não há depósitos adequados para os rejeitos.

Na terceira audiência pública, dia 06, Luiz Henrique ficou especialmente admirado com o projeto "MagLev-Cobra: VLT - primeiro trem brasileiro que flutua sobre trilhos com ímãs de Terras Raras, fabricado pelo Departamento de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (COPPE)". Funcionando em caráter experimental, todo o material do veículo foi importado da China porque o Brasil não domina a tecnologia de industrialização do estratégico mineral.

Diante das dificuldades listadas pelos especialistas, o senador mostrou-se angustiado por saber que os carros do futuro serão híbridos e elétricos, com baterias dependentes de ímãs de Terras Raras - que ainda levarão algum tempo para se tornar uma das maiores riquezas do País. E por estar consciente que todas as alternativas ecológicas para os transportes públicos e particulares e demais bens de consumo seguem o mesmo caminho verde.

No rápido caminho chinês de reinvenção do transporte urbano de massa e da industrialização dos cristais de rocha, o trem levita a 400km/h de Xangai ao aeroporto de Pequim. Único país a dominar completamente a indústria do futuro, os trens da China pretendem em breve voar sobre trilhos de Terras Raras a 500km/h.

Luiz Henrique soube que as jazidas mundiais do indispensável fosfato estão se esgotando e lamentou que o governo brasileiro tenha paralisado a extração do mineral na década de 80, desarticulando os centros tecnológicos. Mas ficou feliz ao ser informado que depósitos foram encontrados na costa de Santa Catarina e que rochas alcalinas também são abundantes nas bacias de Pernambuco, Paraíba, Maranhão e Amazonas - o que permitirá autosuficiência ao País.

Os especialistas garantiram que é grande o potencial brasileiro confirmado de elementos Terras Raras e de depósitos conhecidos, porém ainda inexplorados. Com poucos recursos, o mapeamento geológico e o aerolevantamento geofísico dos cristais de rocha só deverão estar concluídos no final da década. E adiantaram que a prioridade será pesquisar em Goiás, Rondônia, Ceará e Pará - com indicação de alta concentração dos minerais.

Eles consideram fundamental mapear também as áreas indígenas e as reservas ambientais, assim como os 3,5 mil km quadrados da Amazônia Azul - cujos depósitos de Terras Raras são levados para as águas pelo processo de erosão. E informaram que o Japão descobriu uma "astronômica" mina em seu oceano, que está preocupando o domínio do governo chinês.

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