O senador Luiz Henrique (PMDB-SC) enalteceu, mais uma vez, o fato histórico do Brasil conquistar uma posição estratégica na diplomacia internacional. O embaixador Roberto Carvalho de Azevêdo, respeitado no âmbito das Nações Unidas como grande especialista em solução de controvérsias foi eleito recentemente contra todos os votos da Europa diretor-geral da Organização Mundial de Comércio (OMC).
- Contando com os votos dos Brics (Rússia, China, Índia e África do Sul) e da maioria dos países africanos e latino-americanos (não obstante seu oponente, o diplomata Hermínio Blanco, ser mexicano), o brasileiro passa a comandar o órgão que pode mudar os rumos do comércio internacional, levando a termo a chamada Rodada de Doha -, disse o senador nesta quarta-feira, no plenário do Senado Federal.
O senador ainda lembrou que o MERCOSUL caminha com dificuldades e que a grande missão de Azevêdo será formar um mercado comum na América do Sul, além de - avançar num comércio legítimo, sem apoio governamental, num comércio espontâneo entre as nações -, enalteceu Luiz Henrique, que também elogiou o trabalho do Itamaraty e do Ministério das Relações Exteriores.
Os senadores Eduardo Suplicy e Cassildo Maldaner fizeram uso da palavra para parabenizar o discurso do senador.
O que é a OMC?
Seu nome oficial, em inglês, é World Trade Organization (WTO). Foi instituída na reunião de Marrakech, em 1 de janeiro de 1995, substituindo o Acordo Geral de Tarifas e Comércio (Gatt, na sigla em inglês), criado logo após a Segunda Guerra Mundial, dentro da filosofia do famoso acordo de Bretton-Woods.
Seu objetivo é regulamentar as relações comerciais entre os países-membros, dirimindo-lhes as controvérsias sobre regras estabelecidas para a organização, a fim de impedir vantagens ilegítimas em exportações feitas com subfaturamento e subsídios irregulares; ou prejuízos a importações, lastreados em injustas barreiras protecionistas.
A maior parte dessas regras de livre-comércio foi fixada em Montevidéu, na conhecida Rodada do Uruguai, realizada entre 1986 a 1994. Dessa época para cá, houve, no entanto, uma mudança profunda no cenário internacional, ampliando o número de protagonistas importantes nas relações multilaterais.
Países da Europa Oriental, da Ásia, da África e da América Latina, que tinham espaço secundário na economia internacional, passaram a desempenhar papéis determinantes na cena mundial, sobretudo no comércio de commodities (minerais e alimentos à frente).
A OMC terá no comando um notório especialista. E o Brasil contará lá com um de seus melhores negociadores.
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