quarta-feira, 12 de junho de 2013

Comissão de Meio Ambiente do SF ouvirá o governo brasileiro sobre o novo método americano de extração do gás de xisto

A Comissão de Meio Ambiente aprovou requerimento do senador Luiz Henrique (PMDB-SC) para ouvir representantes do governo sobre a perda de 20% de competitividade da indústria brasileira para os Estados Unidos pela nova extração do gás natural de xisto. A rocha é capaz de produzir os mesmos subprodutos do petróleo e causar graves danos ao meio ambiente com a nova tecnologia de exploração.

Semana passada Luiz Henrique foi à tribuna anunciar que os EUA criaram uma nova e bem mais barata tecnologia de extração do gás pelo sistema de fraturamento (fracking) - que usa areia e muita água profunda, mas é muito poluente: pode afetar a agricultura com chuva ácida e o aqüífero Guarani (maior depósito subterrâneo de água doce da América Latina).

Ele disse ter duas grandes preocupações: econômica e ambiental - que espera eliminar com os especialistas na audiência pública. A Agência Nacional de Petróleo deverá ser indicada para regulamentar a exploração do xisto no Brasil, usado sobretudo na cerâmica, metalurgia, petroquímica e têxtil - intensivos no uso de combustível fóssil pelo novo processo americano de extração do gás.

Luiz Henrique avaliou que "a extração por fratura hidráulica vai mudar a geografia econômica mundial e reduzir a importância dos poços petrolíferos do Oriente Médio, criando uma nova geopolítica no planeta".

Ele acredita que o novo método deve afetar o Brasil, pois o preço do gás americano corresponderia a 20% do gás consumido no País - importado da Bolívia.

Para extrair milhares de toneladas de gás por fraturamento de placas de xisto (rochas que se apresentam em lâminas) a cerca de mil metros de profundidade no subsolo, a nova tecnologia americana precisa injetar bilhões de litros de água misturada a areia e produtos químicos que podem poluir a água potável, a agricultura e todo o ambiente, advertiu o senador.

Convidados para a audiência pública na Comissão de Meio Ambiente, ainda sem data marcada: representantes dos ministérios do Meio Ambiente; das Minas e Energia; da Ciência, Tecnologia e Inovação; do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás; e, da Agência Nacional de Petróleo.

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