segunda-feira, 20 de maio de 2013

Imãs de terras raras brasileiras - O futuro da nova era industrial sustentável


A meta brasileira é transformar o País no maior fornecedor mundial de ímãs de Terras Raras até 2020 com a fabricação de até um milhão de quilos por ano. O mais estratégico entre os 17 elementos minerais será indispensável para a fabricação de produtos cada vez mais compactos, que exijam menos energia, causem menos danos ambientais e sejam mais eficientes.

É o caso dos modernos carros elétricos e híbridos, dos geradores e catalisadores de energia eólica não poluente, das ligas metálicas, dos aparelhos eletroeletrônicos e até de simples secadores de cabelo.

Os ímãs de Terras Raras serão usados necessariamente na fabricação dos novos celulares, câmeras digitais, players portáteis, aspiradores de pó, refrigeradores, condicionadores de ar, lavadoras de roupa, ferramentas sem fio, elevadores, entre outros.

“Eles são a chave para atender a inovação dos produtos da nova era industrial sustentável, tornando-os menores, mais eficientes e competitivos,” informou o Superintendente Geral da Fundação Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras Carlos Alberto Schneider(foto ao lado de LHS). Com sede em Florianópolis/SC, há anos a CERTI pesquisa a utilização do elemento mineral em parceria com instituições alemãs.

Em audiência pública na Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática do Senado, o professor disse que o Brasil tem matéria prima suficiente para voltar a liderar o mercado. Mas precisa dominar tecnologicamente toda a cadeia produtiva para agregar valor ao elemento, fabricá-lo em escala industrial e colocá-lo no mercado mundial em condições competitivas.

Ao senador Luiz Henrique (PMDB-SC) – relator da subcomissão da CCT encarregada de criar um Marco Regulatório da Mineração das Terras Raras, Schneider adiantou que as jazidas brasileiras são superiores às chinesas, o País tem competência para dominar a cadeia produtiva, mas é preciso uma ação integrada com o setor empresarial para a industrialização dos ímãs.

Schneider explicou que as experiências no laboratório piloto da CERTI demonstraram as vantagens de fabricar um motor pequeno, mais leve e eficiente com apenas um quilo de Terras Raras. O mesmo ficou evidente com o uso do ímã no novo mercado de geração eólica e nos grandes geradores de alta potência.

Ele reconheceu que a separação dos elementos de Terras Raras continua sendo a etapa mais complexa para obter a liga metálica e fabricar o ímã. Explicou que apenas uma tonelada de monazita concentrada é suficiente para fabricar 360 quilos de ímãs e que rejeitos da matéria prima também podem ser usados na fabricação de outros produtos: catalisadores, polidoras, cerâmicas, LEDs, fósforos, TVs Plasma, Displays, entre outros.

As jazidas brasileiras de Terras Raras já mapeadas estão nos Estados de Minas Gerais (Poços de Caldas, Araxá e Tapira), Goiás (Catalão), Amazonas (Morro dos Seis Lagos), Paraná (Mato Preto), São Paulo (Barra do Itapirapuã), além do litoral rico em monazita. Mas não representam nem 30% do potencial nacional inexplorado.

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